sábado, 22 de janeiro de 2011

Surto Criartístico.

Quando alguém passa anos de sua vida, desafiando o silêncio, só se pode esperar algum tipo de explosão...essas linhas podem soar como uma máxima vazia, ao mesmo tempo, podem inspirar uma excelente reflexão sobre o ato de criação.

Nas linhas, posteriores a essas declarações, é interessante deixar claro, que ninguém se declara em público, com tanta segurança, se não viveu o suficiente pra afirmar e defender, com naturalidade, as nuances na textura do mel e na textura do fel...em outras palavras, quero dizer, que é por conta de algum sacrifício, que alguém aceita mergulhar de cabeça em um determinado processo ou experiência e, ainda se propõe a uma exposição dos resultados de sua viagem interior...

Imagine o silêncio de um Monge de qualquer doutrina que se dedica a cumprir um pacto com o "insondável", o invisível, enfim, algo sem forma, impalpável, indefinível, sem dimensões exatas...Para tal processo imaginativo é preciso muito mais que silêncio.
É fundamental que se queira aprender tudo sobre o seu próprio caminho solitário em busca de um saber específico...aquilo que se possa chamar de "algo mais", o diferencial que possibilite ao espaçonauta, situar-se como referência, no tempo e no espaço, capaz de conduzir sua nave por rotas improváveis e ainda retornar à Terra e ao coletivo humano, um legado cheio de outras perspectivas.

Um ato de criação, seja qual for a linguagem ou área do conhecimento, exige imersão, que às vezes, parece confinamento, solitarismo. É quando criador e criatura, convertem-se em um só organismo, pra gerar aquilo que será ARTE.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Poética Afética.

Sempre que entro numa certa esfera de sensações, sinto necessidade de retomar umas falas inaudíveis ou pensamentos intratímpanos...que trazem sabores antigos e tão próximos de mim. Toda vez que me lembrar dessa temática e não conseguir conter o ímpeto de escrever, vou chamar de "Poética Afética", assim já sei que se trata dos meus caminhos mais íntimos, aqueles que me levam e me trazem pelas entranhas dos meus sonhos,acordes e acordos que fiz comigo mesmo, em vários momentos diferentes da minha vida e da construção de trajetória que escolhi pra chegar até aqui onde estou.

Lugar simbólico e imaginário que elaborei com extremo cuidado e dedicação ao longo de quatro decanatos(Qd), quase não me preocupei com o mundo à minha volta, praticamente,deixei muros e paredes desabarem sem me importar, saltei os escombros e segui meus sentidos e minha "Deusa intuição"...egoísta? Alguém irá perguntar ou afirmar com toda certeza que fui ou que sou. Não há espaço pra arrependimentos...sei o quanto me doei e me deixei levar por meus devaneios idealistas a ponto de quase esquecer de mim.

Aqui desse lugar de onde estou, simplesmente, deixo fluir algumas falas inaudíveis, resultantes de pensamentos explosivos dentro dos meus tímpanos. Antes de se tornarem ou se aproximarem de qualquer forma de expressão artística, são demarcadores fundamentais do meu território poético-afetivo.

Até onde o seu afeto afeta alguém? E até onde voce se deixa afetar pelo afeto de alguém?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Negócios

Depois de uma certa negridade,nós, homens negros, naturalmente, recebemos um cajado ou qualquer outro objeto que,simbolicamente, nos ajude a marcar a metaforma de nossa ancestralidade. A questão se complica quando tomamos consciência de que esse objeto funciona como uma chave que cabe em muitas portas...mas, na verdade, só abre uma...aquela que vai dar na direta relação com o que há de mais africano em nós, livre dos estereotipos,é como se entrássemos em contato, com nossa Nave-mãe e entendêssemos o elevadíssimo nível de inteligência que pariu o primeiro ser-humano, sendo atacada e destruida por seus filhos. Aí, exatamente, nesse ponto da conversa, sentimos o peso da civilização e a importância do movimento diaspórico em defesa da grande árvore África e de seus frutos espalhados pelo planeta terra e, certamente, por outros também.
Diante de tanta negação, negocio o Cio e o Ócio...
Aí, me nego a negar-me.
Enquanto crio negócios, equaciono negociatas..
Resolvo problemas, que gritam por soluções imediatas.