segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Quebrando pedras

Sim! Cada vez mais, me convenço da importância dos nossos sonhos. É claro, que me refiro aos sonhos que escolhemos pra cultivar. Só aí, já estão dois exercícios, extremamente, cansativos e, às vezes, dolorosos: Escolher e cultivar.
Já é tão difícil ter um sonho bom, mais difícil ainda, escolher entre tantos sonhos, um ou outro, que sirva pra ser cultivado.
Pensando bem sobre essas questões, algo vai se descortinando...será que todas as pessoas podem ou tem a oportunidade de escolher seus sonhos? Será que todas as pessoas cultivam o sonho que escolheram?
Na Real, não é isso que acontece,né? O que mais vemos por aí, é gente pendurada, feito pingente de trem, na aba do sonho de alguém. Ouve-se muito , a torto e a direito, pessoas dizendo: Ah! Essa noite dormi muito mal! Tive vários pesadelos, horríveis! Não quero nem lembrar!
Quando alguém resolve contar um sonho que teve, geralmente, é porque já elegeu, entre todos, aquele como o melhor pra ser contado, dividido com alguém. O que não significa que possa ser cultivado, alimentado, transformado em realidade.

Captar um sonho das infinitudes do insondável e transportá-lo para a concretude do mundo real, exige mais que mestria. Exige trabalho, esforço, dedicação, clareza ideológica e vontade política. Se isso parece pouco, cada sonhador que acredita ter feito a escolha certa e já definiu o que vai cultivar, precisa ainda se certificar das condições ambientais, climáticas, temporais e filosóficas pra encaixar o seu culto ao sonho escolhido.
Como podem perceber são muitas etapas. Ninguém realiza um sonho, assim, num passe de mágica. A magia se dá ao longo da construção, no enfrentamento, na adversidade, no movimento pra remover os obstáculos.
Nas horas de combates, experimentamos nosso poder e nossas limitações, diante dos maiores desafios, somos convidados a fazer escolhas, quando temos certeza do que queremos, vamos até o fim...vamos quebrar qualquer pedreira, pra chegar ao domínio do nosso próprio sonho. Dificilmente, vamos optar por ficar dependurado na aba do sonho de alguém...

domingo, 25 de setembro de 2011

Dias que se vão

Quase nada podemos fazer pra impedir que o tempo se vá. O tempo é livre. Não deve nada a ninguém, por isso não precisa pedir licença, desculpas, ficar preocupado, pensando no que pode ou não pode. O tempo, autoritariamente, passa! O tempo é poderoso!
Admirável, essa característica do tempo. Poderoso, incontrolável...êpa! Se o tempo é incontrolável, então o que é isso que está contido dentro dos relógios, demarcado por movimentos, matemáticamente, calculados numa coreografia robótica de ponteiros cegos, surdos e mudos, feitos só pra girar, num mesmo sentido, irritantemente, até que a engrenagem dê defeito?
Seria uma invenção do homem pra se sentir mais poderoso que o tempo? Um mecanismo pra dialogar com o tempo? Diante da angústia de não poder conter o fluxo do tempo em si, tenha buscado uma forma de contê-lo, fora de si.
Uma coisa já ficou clara pra todos nós, que já saímos das trevas: cada cultura, lida com o tempo ao seu modo.
Logo, podemos concluir que, de acordo com a sua cultura, o homem pode ser mais ou menos incomodado com as características do tempo. Como por exemplo, ficar pensando se está perdendo ou ganhando tempo...se tem mais ou menos tempo que um outro homem...sentir medo, diante da possibilidade de não ter tempo pra ser o que realmente quer ser...ficar querendo sempre mais tempo pra executar algo, dentro de uma medida de tempo determinada. Enfim, ás vezes, tudo se resume em uma única expressão: "É tudo uma questão de tempo!"
O homem em seu processo de auto-entendimento e consciência das matérias vivas e não vivas, existentes na exterioridade do seu corpo, vem convivendo com inúmeras crises de identidade, ao longo de sua existência. Dotado de uma estrutura cerebral, diferenciada dos outros animais, desenvolveu,em partes diferentes do planeta, alguns esquemas pra sobreviver às crises, que consequentemente, geram outras crises.
As etapas que constituem o surgimento da vida humana é uma sucessão de crises. Perceber que algumas coisas vão e voltam, como se nuncam saíssem do lugar, dá ideia de segurança, tanto quanto, causa desespero e angústia por não apresentar novas possibilidades.
De tanto ver as mesmas imagens, indo e voltando, nossos sentidos, naturalmente, se cansam e começam a entrar em pane, nesse instante, o sistema vigente, perde o controle, instaura-se uma crise, que pode ser de criação ou de destruição...nesse caso, é tudo uma questão de cultura e não de tempo.

sábado, 17 de setembro de 2011

Criartinomia

Olhos abertos ou fechados, não consigo fazer quase nada pra interferir no funcionamento intra-neuronal do meu cérebro. Isso não chega a ser um problema. Pelo contrário, sinto uma certa satisfação em saber que, nem mesmo eu, posso controlar meus Neurônios mais ativos, criativos, reativos e por isso, mais rebeldes. Estou, cada vez, mais convencido de que são esses mais inquietos, os responsáveis por todo o meu processo de criticidade interventiva sobre as linhas da "normalidade vigente". Tenho feito um esforço inimaginável, pra não entrar na frequência desses afortunados de energia nuclear neurônica, nos momentos em que, não posso dar prioridade aos seus anseios de transformar os códigos do velho mundo em lâminas, quase imperceptíveis, que possibilitam o acesso ampliado para qualquer pessoa, divagar por entre as gigantescas massas de informações, que deslocam-se pelo espaço. Não posso mais escrever, agora...preciso desconectar-me. Outra hora, continuo essa conversa. Espero não demorar muito a retomá-la, nunca sei quando volto a esse ponto da minha crise literária. Com os olhos abertos ou fechados, eles não param. Ainda que me desconecte, esses incríveis processadores intra-neuronais, permanecerão elaborando suas pesquisas dentro do meu cérebro, que agora está captando, na íntegra, o corpo sonoro de uma trilha musical, que fiz para esses intantes de criartisia. Seria isso, uma espécie de crise de criação artística? Pode ser! Talvez, não seja nada disso...talvez não passe de um exercício de articulação intramolecular das microfibras que formam o tecido das minhas redes neuronais. Trocando em miúdos, sem esquecer aquele velho ditado chinês que resulta da junção de dois ideogramas: Oportunidade + Risco= crise= oportunidade+ risco.