domingo, 28 de julho de 2013

Pensamentos ritmológicos

Na dinâmica da vida em sociedade, se você não imprime o seu ritmo, fica pré-disposto a ser levado pelo ritmo dos outros. Mas, sabemos que não é nada fácil resistir às ondas tsunâmicas, que batem em nossa praia e ameaçam desabar nosso barraco.Se não estivermos muito firmes em nossos propósitos, o barraco vai feito barquinho de papel nas correntes da chuva. Não pretendo aqui, falar das "Águas de Março" nem das catástrofes dos moradores das chamadas "áreas de risco" e muito menos chorar sobre o leite derramado, ou seja, se lamentar pelo que já se perdeu e não tem jeito. Assim, é o tempo, autônomo, livre passageiro da imensidão, jamais apresentará o ticket de volta, o tempo só faz a viagem de ida. Nós, na nossa paranóia de controle das sensações, criamos a ilusão de que o tempo retorna pra resgatar os retardatários. O que passou, quero dizer, aquilo que aconteceu, temos o tempo presente pra pensar. O que ainda não aconteceu, temos a soma do passado com o presente pra pensar. No entanto, o que está acontecendo agora, não temos mais tempo pra pensá-lo. Ou pensamos antes ou pensamos depois, durante o acontecimento, é impraticável, pensar. O instante do ato, é todo ocupado pela manifestação da atitude traduzida em si, uma síntese, ritmológica e perfeita da junção de causa e consequência de um mesmo movimento, que tem início, desenvolvimento e conclusão. No momento do ato, só dá pra agir, ou seja, pôr em prática o que já foi pensado.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Os mundos e as mudanças mundiais

Estou em crise desde quando percebi que podia mudar o mundo. De lá pra cá tenho percebido , que às vezes mudo só o mundo imediato, esse mundinho à minha volta, às vezes esse mundinho me muda, em outros momentos, nos mudamos mutuamente. A crise permanece e, um ponto crônico surge quando percebo, que nem eu nem o mundo conseguimos mudar nada. Atualmente, entro em crise sempre que percebo a necessidade de mudar algo, porque tenho que decidir se mudo aquilo ou deixo aquilo sem mudança e corro o risco de me mudar em função do conservadorismo do todo que precisa ser mudado. Uma coisa é certa, essa minha crise constante por mudar o mundo e, simultaneamente, mudar a mim mesmo, já está muito mudada. Não se parece nada com aquela que percebi, na primeira vez que me mudei, sem saber ainda que podia mudar o mundo. Perceber a necessidade de mudar é bom. exercitar a mudança é melhor e perceber-se mudado é ainda muito melhor. Assim, entendo que todo dia é dia de mudar algo em nossas vidas. Quem tem medo de mudanças, deve estar impregnado da ideia de "controle" sobre a vida de alguém e teme perder esse lugar de poder. O prazer de controlar é o mesmo de oprimir. Quando percebemos que podemos controlar alguém, dominar alguém, automaticamente, entendemos que é possível tratar esse alguém como nosso subalterno e, não como nosso igual, ou seja, esquecemos, voluntariamente, quais são os procedimentos normais nas relações entre seres humanos, que se respeitam. Todos estamos pré-dispostos a esse abismo, é necessário que estejamos atentos para não cair e mais atentos ainda, para não naturalizar a queda e se transformar em mais um opressor.