segunda-feira, 23 de setembro de 2013

A dialética da esperança

A espera de um é a desesperança do outro. Reflito sobre a estranha condição popular, determinada pelo exercício de poder das elites... O sociólogo Herbert de Souza, mas conhecido como Betinho, um dia disse: " Quem tem fome, tem pressa!" É uma afirmação cheia de significados, sobretudo, pra quem sabe o que é fome, o que é ausência total de alimentos. Assim, como as manifestações estão nos mostrando que não é só pelos vintes centavos, ao longo de nossas vidas, vamos aprendendo, que a fome não é só de comida e, como dizem os versos da canção dos Titãs:" ...agente não quer só comida, agente quer comida diversão e arte. A gente não quer só comida, a gente quer saída para qualquer parte..." Em sociedades como a nossa e, são tantas pelo mundo afora, principalmente, aqui na América latina e África, que ainda sofrem com os reflexos da colonização europeia, a questão social se apresenta de forma, extremamente, violenta. Os pobres são coisificados, diariamente, e jogados na lama, nas sarjetas, onde se misturam com os ratos, baratas e sacos de lixos, que a engrenagem sócio-econômica produz. Os pobres não podem esperar! Não podem esperar pela genialidade dos políticos de mente brilhante, que podem resolver problemas básicos, mas preferem usar a inteligência pra usurpar do patrimônio público. Aquilo que deveria ser devolvido em políticas públicas decisivas para combater a desigualdade social, se perde nas tramas de um sistema elaborado pra manter o "status quo". O povo não pode esperar! Os empregados trabalham, são explorados até a última gota de suas potências. Os desempregados se desesperam, surtam, enlouquecem e cometem atos extremos...são punidos, são presos, são vandalizados e não conseguem se libertar do estigma negativo que recebem por demonstrarem suas insatisfações... Os pobres não podem esperar! "...Um homem se humilha, se castram seus sonhos...seu sonho é sua vida e vida é trabalho... Um homem sem trabalho, o homem não tem honra e sem a sua honra, se morre , se mata..." Salve o poeta popular, Salve Gonzaguinha!