domingo, 16 de dezembro de 2012

Dialética da leitura

Escrever, não pode mesmo ser uma atividade só emotiva. Agora, sei o quanto me valeu minha dedicação à poesia. O quanto fiz pra acreditar no meu interesse por essa forma de expressão, que nos momentos mais difíceis da minha vida, me ajudou a revirar-me e a reinventar-me. Já cheguei a pensar que resolveria todos os meus problemas através da poesia e, que a poesia resolveria todos os problemas do mundo...bobagens, ingenuidade de poeta! Ao longo da vida, venho respeitando minha intuição, em quase tudo que faço ou deixo de fazer, ainda não ganhei na "mega sena", mas já acertei no amor. Dois pilares na minha família, foram decisivos para o meu envolvimento com a linguagem escrita: Meu pai, exímio contador de "causos", semi-analfabeto e minha mãe, alfabetizada, cantora do melhor repertório de samba, que já escorreu pelos leitos desse Rio de Janeiro. Comecei a ler, antes de escrever. Em seguida, aprendi que pra escrever bem, era necessário ler bastante, pra estreitar a relação com a língua, conhecer os códigos, entender as artimanhas da arte de escrever. Assim, saí devorando tudo que encontrava pela frente. Tudo que atraía meus olhos, merecia ser lido. Ler, passou a ser uma das "coisas" mais interessantes, comuns e, ao mesmo tempo, especiais pra mim. Minha intuição sempre me chamou pra esse meio, no entanto, nem sempre atendi ao seu chamado, se tivesse atendido com mais precisão, já teria produzido muito mais. A introspecção é um traço marcante em minha personalidade e decisivo em meu comportamento. Tenho observado, que sou capaz de ficar só comigo mesmo, por tempo indeterminado, sem sentir falta ou chamar a presença de outra pessoa pra dividir qualquer que seja a atividade em questão, o que não quer dizer, que eu goste ou prefira fazer tudo sozinho...muito pelo contrário, adoro parcerias e coletividades, as leituras mais transformadoras da minha vida foram realizadas em grupo, em fases diferentes do meu desenvolvimento como pessoa. Tanto ler quanto escrever, são atividades onde o leitor ou escritor, exerce a função de interlocutor entre o texto e o receptor e, converte-se em uma coisa e outra, simultaneamente, à medida que escreve, lê...e à medida que lê, escreve. Quero situar com isso, que há um diálogo de confronto, imprescindível, entre leitura e escrita, escrita e leitura, com objetivo principal de gerar e tornar compreensível a ideia .