domingo, 28 de julho de 2013

Pensamentos ritmológicos

Na dinâmica da vida em sociedade, se você não imprime o seu ritmo, fica pré-disposto a ser levado pelo ritmo dos outros. Mas, sabemos que não é nada fácil resistir às ondas tsunâmicas, que batem em nossa praia e ameaçam desabar nosso barraco.Se não estivermos muito firmes em nossos propósitos, o barraco vai feito barquinho de papel nas correntes da chuva. Não pretendo aqui, falar das "Águas de Março" nem das catástrofes dos moradores das chamadas "áreas de risco" e muito menos chorar sobre o leite derramado, ou seja, se lamentar pelo que já se perdeu e não tem jeito. Assim, é o tempo, autônomo, livre passageiro da imensidão, jamais apresentará o ticket de volta, o tempo só faz a viagem de ida. Nós, na nossa paranóia de controle das sensações, criamos a ilusão de que o tempo retorna pra resgatar os retardatários. O que passou, quero dizer, aquilo que aconteceu, temos o tempo presente pra pensar. O que ainda não aconteceu, temos a soma do passado com o presente pra pensar. No entanto, o que está acontecendo agora, não temos mais tempo pra pensá-lo. Ou pensamos antes ou pensamos depois, durante o acontecimento, é impraticável, pensar. O instante do ato, é todo ocupado pela manifestação da atitude traduzida em si, uma síntese, ritmológica e perfeita da junção de causa e consequência de um mesmo movimento, que tem início, desenvolvimento e conclusão. No momento do ato, só dá pra agir, ou seja, pôr em prática o que já foi pensado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário