domingo, 21 de agosto de 2011

Desnecessidades

Ao longo desses meus decanatos, já se vão quatro...tenho vivido experiências muito interessantes. Tenho passado por situações difíceis, mas tenho tirado o melhor proveito de tudo que acontece comigo, direta ou indiretamente. Os acontecimentos estão, quase sempre ligados às pessoas com quem nos relacionamos. Quase sempre porque, às vezes, o acontecimento não depende de ninguém, além de nós mesmos. É bom saber disso, fortalece nosso senso de autonomia, ao mesmo tempo, precisamos aprender a equilibrar, pra não nos tornarmos adoradores exagerados do próprio umbigo e cairmos na cegueira, que nos impede de enxergar os acontecimentos gerados pelos coletivos, pelas comunidades, por exemplo.
Atualmente, falar de comunidade, a informação que vem à cabeça, é a ideia de comunidade virtual. Considero isso também, no entanto, estou me referindo às comunidades de pessoas que vivem em um determinado lugar e desenvolvem uma determinada "cultura comunitária" e, por força dessa cultura, produzem acontecimentos de vários sentidos e formatos.
Indivíduos ao se juntarem, formam comunidades e comunidades formam outros indivíduos, isso está dado. Mas, esse ciclo é responsável por uma avalanche de fatos cotidianos, que nem sempre são captados nos mínimos detalhes. Muita coisa fica submersa na amálgama dos anos, muitos acontecimentos são transferidos para planos menos importantes, em função de outros, por escolha ou por necessidade de cada indivíduo ou cada comunidade.
De vez em quando, reencontro alguém, que ainda está, de certa forma ligado à primeira fase da minha trajetória de ativista no movimento social, ou seja, alguém que me viu e teve a oportunidade de conviver comigo, quando eu era só um iniciante nesses assuntos, quando estava me debatendo pra entender o que era "movimento comunitário", "Cultura Comunitária", "Arte Comunitária", "Política Comunitária", enfim, esse universo infinito das possibilidades estratégicas que um ou mais grupos sociais se permitem quando se organizam em torno de suas afinidades, necessidades e objetivos.
Hoje, tenho profundo respeito por esses dois aspectos da vida humana: a solidão e a sociabilidade.

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