quarta-feira, 18 de julho de 2012

Tinta preta, página branca

Tantas e tantas vezes, desviamos o foco da lente do nosso prazer central.Em questão de segundos, aquilo que poderia ser uma eureca, abertura para uma criação genial, se transforma em qualquer coisa ou em uma obra mediana, daquelas que sentimos vontade de rasgar e jogar no lixo mais distante possível, pra que fiquem longe até de nossas gerações futuras. A velocidade que nossos neurônios desenvolvem para gerar uma ideia, deve ser a mesma desenvolvida para desfazê-la. Se imaginarmos os movimentos neuronais, baseados nos micros e velozes movimentos de retinas,que executamos, dormindo ou acordados, podemos ter uma ideia vaga, porém, aproximada desse fenômeno neuronal. Bem, esse texto, por exemplo, não tem a intenção de ser um tratado de neuro-ciência, até porquê, sou poeta e não neurocientista. Ao mesmo tempo, não tenho mais como esconder minha preferência por temas científicos ligados aos avanços dos nossos domínios, em relação ao funcionamento dos neurônios. Comemoro sempre que fico sabendo alguma novidade sobre os estudos neuro científicos, sei o quanto a investigação poética precisa dessas novas linhas cerebrais... Quando fecho meus olhos, tudo é preto. Se houver alguma claridade, aquela escuridão, em confronto com a luz, entra em crise policromática, passa por alguns estágios entre o polo branco e o polo preto, resultando em vermelho alaranjado. Desde criança, faço esse exercício, fechar os olhos e direcioná-los, para o sol. uma explosão de raios, em um espaço de tempo mínimo, quase imperceptível e uma paleta abstrata de cores imaginárias se abre na mente, como se o arco íris, fosse uma obra pintada por algum artista, que sentiu vontade de representar no céu, a fonte das cores. Vale destacar nesse texto, a importância da investigação científica, sem distanciá-la dos fatos comuns, até mesmo do universo das atividades infantis. É, extremamente, científico o fenômeno lúdico chamado "brincadeira", na vida de qualquer criança. Para que o prazer aconteça, é preciso saber brincar e para além de saber, tem que brincar direito, com respeito, ética, ou seja, é preciso brincar sério. Isso é, profundamente, científico, lúdico e poético. Por tanto, algo mais que tinta preta na página branca.

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