domingo, 9 de setembro de 2012

A esfera futurista

Ainda na década de 1970, me lembro de uma fonte de informações, muito presente, porém, muito estranha também. Mesmo assim, não posso dizer que não serviu aos meus instintos literários, estou me referindo à fotonovela. Durante um certo período da minha infância, era comum encontrar revistas( fotonovela)perdidas ou descartadas, como fazemos com os periódicos, com validade vencida. Me lembro que achava estranho e me incomodava bastante, o biotipo representado nas estórias, ali contadas. Aquelas personagens não lembravam ninguém do meu convívio imediato, da minha família ou meus amigos, logo, não eram porta-vozes de algo que eu deveria me interessar. Assim, achávamos as revistas, folheávamos, treinávamos nossa leitura, senso literário, crítico, analítico, conversávamos entre nós( eu, meu irmão e alguns amiguinhos)e juntávamos todas as revistas encontradas, depois de lidas, queimávamos todas, pra que não chegassem em mais ninguém. Além das fotonovelas, ouvia rádio, já participava do culto ao vinil, as fotos e informações sobre os artistas, constituíam um acontecimento à parte, já lia HQ( história em quadrinho)que veio suplantar todo e qualquer interesse por fotonovelas. Não tinha TV em casa, Não lia Jornal, não frequentava cinema, teatro ou museu e não era ainda um leitor de livros. Não ia à igreja, frequentava terreiro de umbanda e candomblé, Participava do ciclo das chamadas "brincadeiras de roda" e era um iniciante na arte futebolística. Tinha uma vida social bem sortida e pelo fato de minha infância ter sido Rural e semi-rural, tinha as "criações" pra cuidar: porcos, galinha, cachorros, gatos, porcos da índia, passarinhos e até uma Égua, que se tornou inesquecível, pra todos da nossa família. No entanto, marcado mesmo ficou meu irmão, com a morte de sua cadela, "Joinha". Foi uma tristeza duradoura, o garoto fez até greve de fome.Impressionante!

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