quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A ilusão, suas luzes e suas trevas

As experiências que vivemos, servem pra nos informar o quanto suportamos e o quanto sofremos com tais experiências. O quanto somos capazes de aproveitar o que há de bom em cada situação e o quanto nos ferimos com os descaminhos que a vida apresenta, contra nossa vontade interior. Aqui, desse ponto da minha história de vida, estou convencido de algumas coisas, entre essas coisas, estou convencido de que só quem já viveu, sobreviveu e voltou a viver, sem medo das ondas e baratos da vida, pode pensar que entende ou sabe o que é a ilusão. Só quem já se iludiu uma, duas, três ou mais vezes, pode ter treinado o instinto ou mesmo desenvolvido a sensibilidade e a inteligência, pra estar atento e pronto diante das luzes sedutoras de uma nova ilusão. Pronto pra mergulhar de cabeça e iludir-se por completo ou pronto pra se defender de mais uma armadilha da ilusão. Em outras palavras, é vivendo que se aprende a saborear os doces e os amargos da vida e, falando em sabores memória palatal ou gustativa, quando era criança não conseguia comer "jiló", achava que era a coisa mais amarga do mundo, até conhecer uma particularidade que se localiza por entre as vísceras das galinhas, vulgarmente, chamada de "fel", que tem um sabor, realmente, insuportável. Hoje, sou apaixonado por jiló, que está entre os alimentos que mais gosto. Abri essa janela da memória gustativa, pra falar um pouco de outras memórias afetivas, como por exemplo, a olfativa. Um dia desses, tava lembrando o quanto já me incomodei e até passei mal com certos cheiros que a vida me apresentou. Em função dessas lembranças, comecei a pensar no quanto um perfume pode ser, extremamente, perigoso...um perfume pode nos conduzir a um estágio de sedução, daí, a um salto mortal atrás de uma ilusão sensorial, que muitas das vezes, acaba em desilusão. No entanto, "quem não morre não vê Deus", diz um velho deitado. "A vida é uma só, companheiro!", disse o poeta. "Quem já passou por essa vida e não viveu, pode ser mais, mas, sabe menos do que eu...", escreveu o poeta Vinícius de Moraes e aproveito pra fechar com Gonzaguinha: " Vá viver e aprender, vá viver e aprender, malandro! Vá compreender, vá tratar de viver! Buscar a luz, luzir-se. Iludir-se e desiludir-se e ir luzir em vão. Tudo isso sem se tornar refém da ilusão. Mas, quem é capaz de resistir a um sequestro relâmpago, orquestrado pelos fios invisíveis das luzes dos sonhos? Agora, vou dormir. Boa noite!

Nenhum comentário:

Postar um comentário