segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Desnecessidades

Um dia, sentado num boteco, observei uma série de acontecimentos comuns...desses que os dias trazem, repetidas vezes e nossos olhos, mesmo já cansados de enxergar, involuntariamente, movimentam-se, como dois sentinelas, numa coreografia impecável e determinam nosso direito de ver ou não, cenas surreais que a cidade oferece,
sem perguntar se é ou não do nosso agrado.
Agora, aqui pra nós, imagina se a cidade fosse um processo evoluído ao ponto de perguntar a cada cidadão se "isso" ou "aquilo" faz sentido, ser mostrado ou feito?
Com base na lógica da "Cidadania Ampliada", onde o cidadão tem plena consciência do seu poder individual/coletivo e sabe que não há cidade desenvolvida sem a participação efetiva dos cidadãos que nela habitam e que são os verdadeiros responsáveis por sua existência e bem estar.
Tudo poderia ser questionado e discutido coletivamente, todas as decisões mereceriam avaliação da Comunidade Cidadã, que seria composta de vários conselhos interligados por afinidades setoriais.
Quando o desenvolvimento sócio-cultural é travado ou retardado em uma cidade e o processo de formação política é manipulado e comprometido, com regras ultrapassadas, a "comunidade cidadã" encontra-se á beira de um abismo ou armadilha sistematizada, ou seja, uma espécie de ritualização da mesmice, pra facilitar a alienação e a dominação, diminuindo as perspectivas de sucesso da lógica da Cidadania Ampliada
sobre a lógica do Estado Limitado.
Um dia, sentado num Boteco, rascunhei uma teoria revolucionária...amassei o guardanapo e joguei na lata de LIXO, naquele momento, devo ter julgado aquelas ideias tão desnecessárias. No entanto, minha cidade ainda é tão rascunho de cidade...quem sabe algum revolucionário, ainda encontre aquele rascunho de revolução urbana?

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