segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Amarelose.

Amarelose.

Augusto Bapt.

A rua Riachuelo sempre me gerou uma curiosidade amarela.Teria sido inspirada em um riacho ou não tem nada a ver? Vai ver que é só por conta dos dias chuvosos. Quando chove um pouco mais forte, ela se parece mais um rio que uma rua...

Recebe de tudo, tudo que vem trazido pelas correntezas amarelas, que descem de Santa Teresa e leva para os arcos da Lapa amarela. Aqui na esquina, onde moro, no 221 apto 210, que dá pra Nossa Senhora de Fátima e pra Riachuelo, da minha janela vejo um verdadeiro espetáculo das águas amarelas do barro do morro amarelo.

Quase todas as ruas amarelas do centro dessa cidade amarelada pelo sol amarelante que insiste em amarelar tudo a sua volta, tem árvores amarelas, que dão uns frutos amarelos, que caem sobre os carros amarelos... ninguém, ninguém, mas, ninguém nessa cidade consegue se livrar da amarelose.

Uma espécie de overdose de sol amarelo que com um imperceptível toque de uma das pontas de seus raios amarelos, transforma qualquer Ser vivo ou objeto inanimado em mais uma de suas cobaias amarelas.

De vez em quando, vejo pontos amarelos se deslocando de um lado pro outro, ora lento, ora em uma velocidade estonteante... levei um tempo pra identificar o que eram aqueles pontos...

Agora já sei! Quando lentos, são os Oitis, que o sol amarelou... Quando ligeiros, são os ratos amarelos de fome procurando algum alimento amarelo trazido pelas águas amarelas que o barro do morro amarelou.

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