segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Rascunho imprevisível

Há coisas que não podemos prever, ainda mais quando não somos videntes, profetas ou coisa parecida... Quase sempre estamos catando algo no ar, no chão, na água, nas pedras brutas, polidas ou em qualquer grão de areia, que nos permita algum tipo de viagem sobre realidades ou surrealidades, próximas ou distantes.
Entre todas as minhas vocações, vale dizer, que não são poucas, ás vezes me confundo quanto ao grau de prioridade e acabo dando mais atenção a umas em detrimento de outras.
Sei que isso não acontece só comigo, alguns amigos apresentam esse tipo de anomalia também...pelo menos, não estou sozinho nessa. Salve a solidariedade!
Pensando sobre o cata-cata que fazemos em nossas andanças pela vida, objetiva e subjetiva, consigo perceber o quanto catamos "coisas" desnecessárias e, mesmo depois que constatamos que são desnecessárias, temos uma certa dificuldade de jogar fora, nos apegamos e somos levados a um estado "sentimentalóide", que nos faz pensar que aquilo que catamos em alguma esquina da vida é parte de nós e por isso, somos obrigados a carregar por todo sempre, como uma cruz, enfim, como se fosse uma condenação em função de algum delito cometido.
Todas as vezes que passo por uma pessoa com características de morador de rua, invariavelmente, abro essa janela e deixo entrar golpes de ventos com antigas reflexões sobre a complexidade da condição humana.
Ao mesmo tempo que somos sensíveis, somos capazes de tolerar e conviver com a insensibilidade dos outros a nossa volta. Como é possível acostumar-se com o processo de degradação daquilo que temos de mais valioso, nossa integridade física e moral? A necessidade impõe regras de sobrevivência, que muitas vezes, não conseguimos cumpri-las.
Aqui na cidade do Rio de Janeiro, pelo menos, dois fenômenos assumem o protagonismo na cena urbanística. O aumento descontrolado do lixo, residencial/comercial e a insana multiplicação de "moradores de calçada". Esse lixo superpoderoso, é fonte de ratos, baratas e outros insetos invasores. Os "moradores de calçadas, além de causarem interferência visual, olfativa, atuam como representantes diretos de uma casta, extremamente, desfavorecida.
Em outras palavras, grandes metrópoles são palcos de grandes acontecimentos, interessantes e desnecessários, supérfluos. Poucas, pouquíssimas estão livres dessa realidade.
Por outro lado, não precisa ser gênio ou super dotado pra prever um "colapso geral", daqui a mais duas décadas. Sem querer assustar ninguém nem botar lenha na fogueira, só queria deixar aqui, o quanto estou preocupado com a minha cidade e com a sanidade contemporânea. Até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário