domingo, 15 de agosto de 2010

Templo da escrita.

Penso que seria muito interessante e, ao mesmo tempo, muito complicado se todos pudessem escrever tudo o que pensam, no exato instante em que pensam. Algumas áreas do conhecimento
humano estão procurando dar conta dessas preocupações. Minha questão aqui, não é se vamos resolver isso, nesse século ou nos próximos, estou atraido pela importância desse acontecimento,
tão subjetivo, quase imperceptível, no meio da correria da vida das pessoas. Qualquer atividade que não esteja no campo das prioridades dos indivíduos, pode ser deixada pra depois, é comum, ouvirmos por aí: "Ah! Depois eu escrevo !" ou "Depois eu anoto!"
Quando começei a me encantar pelas letras, pelas palavras, pela escrita e, principalmente, pela leitura, foi como se estivesse entrando em um templo... encantado, é claro. Em resposta a essa grande oferenda dos Deuses, escrevi aquilo que considero, como meu primeiro texto e guardo até hoje, alguns trechos na memória. Minha idade? Nove anos ! O título era pomposo, me lembro muito bem: " Contato esmeralda." Estava, realmente, em um estado de encantamento, por algumas coisas
e pessoas. Além de muito contente, por estar de volta à casa que havia nascido, na Rua São Paulo, Vila Americana, Queimados, lugar no mapa, onde começei as duas atividades que gosto muito de fazer e que sempre estiveram na minha lista de prioridades: Jogar futebol e escrever.
Nunca mais fui o mesmo, depois da minha primeira partida de futebol...nunca mais fui o mesmo, depois do meu primeiro texto escrito. Tudo que penso ou escrevo, de uma forma ou de outra, me remete aquela situação de extrema satisfação, ser respeitado, defendido, protegido, elogiado e considerado " bom de bola", era como receber uma bênção especial das lideranças da comunidade e um "freecard", pra circular acima do bem e do mal, uma vez que o campo de futebol era nossa maior central de contatos, era o " formador de opniões", que definia todo comportamento da comunidade e era a grande vitrine pra pessoas de gerações diferentes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário